Profª de Filosofia e Sociologia da Rede Estadual de Goiás desde 2010.
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[3ª Série] Sociologia: Minorias

domingo, 3 de novembro de 2013

Estado do Arizona proíbe matérias sobre minorias étnicas nas escolas. Objetivo é tornar ilegais programas escolares da região de Tucson. Para especialistas, lei fere direito de acesso dos alunos à cultura.
O Estado norte-americano do Arizona voltou a causar polêmica na noite desta terça-feira (12) com a aprovação de uma lei que proíbe que suas escolas de ensinar matérias que abordem o tema do papel das minorias étnicas na história e na cultura americana. A norma tem como objetivo tornar ilegais os programas escolares em vigor na região de Tucson, que, de acordo com o secretário de Educação estadual Tom Horne, alimentam um "chauvinismo étnico destrutivo". Os diretores das escolas de Tucson asseguram que os programas tinham somente a intenção de sensibilizar os alunos sobre o papel das minorias em acontecimentos históricos como a Guerra do Vietnã ou para dar cursos de literatura latino-americana. O texto assinado pela governadora do Arizona Jan Brewer proíbe que as escolas estaduais tenham programas que fomentem a "derrubada do governo americano, o ressentimento em relação a um grupo étnico" ou que tenham sido elaborados por um grupo étnico em particular. A lei foi aprovada apesar das críticas feitas por um grupo de especialistas em Direitos Humanos da ONU.
Em comunicado publicado algumas horas antes da assinatura da lei, os especialistas afirmaram que o texto infringe "o direito de cada um de ter acesso a sua própria herança cultural ou lingüística". "Cada um tem direito de adquirir um conhecimento cultural e aprender a entender sua própria cultura e a dos outros, através da educação e da formação", declarou o grupo de especialistas. O governo de Brewer já havia provocado protestos ao assinar no último dia 23 uma lei migratória que autoriza a polícia a abordar pessoas e a exigir seus documentos migratórios em qualquer situação. O Arizona é um dos quatro Estados americanos que tem fronteira com o México, e tornou-se nos últimos anos um dos principais pontos de entrada de imigrantes ilegais desse país.

 

Ataques a minorias deixam sudoeste da França em alerta

Autoridades buscam eventuais ligações entre ações diferentes que deixaram sete mortos nos últimos dias.
Os três ataques a tiros que, nos últimos dias, deixaram sete mortos e dois feridos colocaram o sudoeste da França em estado de alerta, em meio a temores de que um único atirador esteja preparando uma próxima ação.
Em cada um dos três casos, acredita-se que o agressor tenha sido um homem armado que dirigia uma motocicleta, com uma arma do mesmo calibre e que age em plena luz do dia. Todos os ataques ocorreram num raio de 50 km, entre as cidades de Toulouse e Montauban.
Os dois primeiros tiroteios alvejaram paraquedistas militares, mas o terceiro ocorreu diante de uma escola. O que as vítimas têm em comum é o fato de pertencerem - ou estarem associadas - a minorias étnicas ou religiosas (norte-africanos, caribenhos e judeus). Há indícios de que essas minorias possam ter sido especificamente alvejadas. Em ao menos um dos ataques, o atirador empurrou uma pessoa que passava para atingir suas vítimas. Uma unidade antiterrorismo investiga, agora, quem são os responsáveis (ou o responsável) pelos crimes.
Ataques
O primeiro ataque ocorreu em 11 de março, quando Imad Ibn-Ziaten, 30, sargento da aeronáutica francesa, morreu baleado em Toulouse. Depois, em Montauban, em 15 de março, outros dois militares de origem norte-africana foram mortos a tiros. Um terceiro, das Antilhas francesas, ficou gravemente ferido.
Na ocasião, os militares - que não estavam uniformizados, nem armados - foram alvejados depois de o atirador ter, segundo testemunhas, tirado de seu caminho uma idosa. Nesta segunda-feira, o ataque foi contra a escola judaica Ozar Hatorah, em Toulouse, resultando na morte de três crianças - de três, seis e dez anos - e de um professor de 30 anos. Um jovem de 17 anos ficou ferido.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que há "similaridades de modus operandi", mas que eventuais ligações com os episódios anteriores estão sendo investigadas. A polícia disse que o atirador abriu fogo contra os alunos com uma arma de 9mm, mas depois trocou por uma de 45 mm - o mesmo calibre usado nos ataques anteriores. Em um aspecto, porém, o terceiro ataque pareceu diferente: o atirador aparentemente abriu fogo indiscriminadamente contra a multidão dentro do pátio da escola. "Ele atirou contra tudo o que podia ver, crianças e adultos", disse o promotor Michel Valet. Após o ataque, o premiê François Fillon ordenou que a segurança fosse reforçada em todas as escolas e edifícios religiosos da França.
Teorias
A imprensa do país especula os motivos dos crimes. Uma possibilidade levantada é de que os casos sejam, por exemplo, uma reação de radicais islâmicos às tropas francesas no Afeganistão. Mas apenas um dos soldados mortos serviu em território afegão; e o ataque à escola judaica não caberia neste cenário. Debate-se, também, se os crimes teriam motivos raciais, considerando que Toulouse e arredores abrigam grandes comunidades judaicas e de muçulmanos norte-africanos. Alguns analistas dizem temer que a França esteja sendo atacada por um extremista solitário como Anders Behring Breivik, que realizou ataques na Noruega no ano passado.

Discussão sobre as notícias:
1. Notícias como estas de resistência e violência contra grupos minoritários são comuns? Quais seriam os motivos?

2. Em relação à realidade atual do Brasil, você identifica conflitos envolvendo grupos minoritários? Explique.

3. Uma das bases fundamentais dos direitos humanos é o princípio que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Opine sobre a resistência dos países e culturas dominantes em aceitar e respeitar esses direitos.

4. Você é capaz de relatar algum caso histórico que gerou conflito social por causa da intolerância diante de minorias?

5. Em relação à diversidade e à notícia, o que leva um governa a proibir que suas escolas tenham em seus currículos conteúdos referente às minorias que fizeram parte da construção de sua cultura?

6. Quando tratamos de minorias, dois verbos são muito utilizados: tolerar e respeitar. Tolerar remete à civilidade, a não atacar aquilo que não nos agrada. Respeitar relaciona-se à educação, ter a consciência de que as diferenças existem e que apesar das diferenças, ninguém é inferior.
a) Que postura podemos esperar de uma cultura ou grupo que apenas tolera o seu diferente?
b) E de quem respeita?