Profª de Filosofia e Sociologia da Rede Estadual de Goiás desde 2010.
"Quem educa com carinho e seriedade, educa para sempre".
Comece onde você está. Use o que você tem. Faça o que puder.
 

[3ª Série] Filosofia: Thomas Hobbes (Absolutismo Monárquico)

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Caros, alunos do 3º ano do Ensino Médio,
Nas primeiras aulas deste bimestre confessei a vocês que, dentre os conteúdos previstos para o ano letivo, a Filosofia Política, uma das áreas de concentração da Filosofia, é a que mais me agrada lecionar. Considero muito interessante estudar sobre o pensamento político ao longo da história e compreender como os filósofos buscaram analisar o seu próprio tempo, além de criarem teorias que explicariam ou ofereceriam alternativas às condições vividas.

Entre os pensadores estudados neste 2º bimestre, temos o inglês Thomas Hobbes. Farei aqui um apanhado do que já estamos trabalhando em sala sobre este pensador e sobre a sua obra mais conhecida, Leviatã. Boa leitura e bons estudos!


Thomas Hobbes e o Leviatã

Thomas Hobbes foi um filósofo, matemático e teórico político inglês, autor de Leviatã e Do Cidadão. Nasceu em 1588 e faleceu em 1679, com 91 anos de idade. Leviatã é considerada a sua obra prima. Nela, Hobbes descreve o conceito de absolutismo.

Thomas Hobbes é um dos pensadores que desenvolve o conceito de "jus naturalis", direito natural. Segundo ele, os seres humanos, em algum momento da história, viviam em um estado de natureza, caracterizado pela ausência de leis e com constantes guerras. 

Hobbes, ao explicar sua compreensão sobre a essência humana, utiliza-se da sentença criada por Plauto, que viveu de 254 a 184 a.C.: "Homo homini lupus", que significa "o homem é o lobo do homem". Todo ser humano teria dentro de si um selvagem. E, se não existisse um estado enquanto instituição social para regular e restringir as ações humanas, a humanidade estaria fadada a viver em guerra até a sua própria destruição.

Em estado de natureza, onde não há a existência de regras, normas e leis para frear os impulsos e paixões que guiam o comportamento humano, o homem age livremente sabendo que não há punição para as suas atitudes e para a de terceiros. Nessa condição, os seres humanos têm igualdades de condições, porém, são capazes de destruir uns aos outros. "A natureza fez os homens tão iguais nas faculdades físicas e mentais que, embora alguns sejam manifestadamente mais fortes ou mentalmente mais ágeis, quando se contemplam esses fatores em conjunto, a diferença entre eles não é tão considerável a ponto de levar um deles a postular para si mesmo qualquer benefício que o outro não possa reivindicar com o mesmo direito, pois quanto a força física, o mais fraco tem vigor suficiente para matar o mais forte ou por meio de maquinações secretas ou em confederação com outros que corram o mesmo perigo". Ou seja, em estado de natureza os indivíduos acabarão vivendo em constantes conflitos e guerras, não tendo como garantia a sua própria vida.

Por conta desta condição natural que dá liberdade ilimitada aos indivíduos, liberdade de empregar a violência e de sofrê-la, Hobbes vê na criação do Estado, enquanto instituição social, a solução para que seja superada essa condição de guerra de todos contra todos. O Estado surge, assim, mediante um contrato social, onde os indivíduos transferem a sua liberdade à um representante.

A visão política de Hobbes pode ser melhor compreendida quando contextualizamos historicamente o período vivido por ele. No fim da Idade Média, início da Idade Moderna, inúmeras mudanças ocorreram, tanto nos campos estruturais da sociedade, da economia, da política e da cultura europeia. Ele aponta para a necessidade da constituição de uma centralização absolutista do poder político. A teoria do absolutismo monárquico, defendida pelo filósofo, entende que o monarca deve ser um representante do povo.

Para melhor compreendermos como se desenrola a teoria, vamos analisar a imagem que compõe a capa do livro, publicado em 1651.


A coroa representa o sistema político defendido por Thomas Hobbes , a monarquia. Nesse caso, a coroa é usada também para fazer alusão ao líder político deste sistema, o rei ou monarca;

A espada, à mão direita do rei, simboliza uma das mais fortes justificativas para a formação do Absolutismo, a segurança (o exército nacional, o poder secular). Em O Leviatã, Hobbes diz que "o povo renuncia tudo em troca do grande dom da segurança";

O cetro, à mão esquerda, simboliza o poder soberano do monarca. Diante desta observação, é válido lembrar que o monarca absolutista acumulava os poderes políticos (executivo, legislativo e judiciário) e econômico (através de medidas mercantilistas) e através destes, somado ao apoio concedido pela Igreja, exercia um forte controle social;

O corpo do rei, ao observarmos, perceberemos que é formado por pessoas. Neste caso, a imagem é uma perfeita ilustração da origem do poder real, pois segundo Hobbes: "o governo absoluto havia sido estabelecido pelo próprio povo";

A proporção (tamanho) destinada à figura do rei deve ser atribuída ao poder real. Na figura acima, fica a sensação de que a autoridade monárquica alcança facilmente todo o território nacional, ou seja, nos é passado a ideia de um controle estabelecido que podemos chamar de governo. 

O Leviatã, a figura que representa o rei absolutista, chega ao governo por meio de um contrato social. O grupo dos indivíduos, num estágio anterior a crianção do Estado, concederam à um deles, que se tornou seu representante, o direito de proteção, de garantia de civilidade e de ordem social.

Thomas Hobbes foi inspirado pelo contexto histórico vivido, assim como influenciou, com sua obra, a própria história de seu país. Na Ingraterra, Henrique VIII e Elizabeth I governavam com as ideias de Hobbes.

Outros pensadores também dissertam sobre o contrato social, porém com justificativas diferentes para a sua origem, como J. Althusius, B. Spinoza, John Locke, Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant.

Por Profª. Karoline

[1ª Série] Filosofia: Sócrates Filme Completo

Sócrates - O Filme (1971)

O filme Sócrates é uma coprodução italiana, francesa e espanhola lançada no ano de 1971. O filme foi dirigido pelo diretor e roteirista Roberto Rosselini, um dos maiores nomes do ramo italiano. Na década de 1960 o diretor se dedicou sobretudo a produzir filmes de viés educativo para a televisão. 

O filme Sócrates aborda um pouco da trajetória de Sócrates (470-333 a.C.)m um dos maiores pensadores da Grécia Antiga, Por isso, a obra cinematográfica é um excelente objeto para o estudo relativo à reflexão filosófica e sobre o período clássico da história ocidental.

O foco da narrativa apresentada nesta obra é o final da vida do filósofo ateniense, passando pelo seu julgamento e morte. A obra foi baseada essencialmente nos Diálogos de Platão, o mais importante dos seus discípulos. Entre os textos utilizados estão Eutífron, Hípias, Apologia de Sócrates, Fédon e Críton. Além dos textos platônicos, é possível perceber uma breve encenação da comédia As Núvens, de Aristófanes, cujo enredo satiriza a figura de Sócrates.

Vocês terão a oportunidade de visualizar como era a vida no período clássico, ver o filósofo junto de seus discípulos, e de como, caminhando pelas ruas da cidade de Atenas, ele aplicava a maiêutica. Vale muito a pena assisti-lo.

O filme Sócrates está disponível no YouTube.
Idioma original: italiano.
Legenda: português.

Bom filme!

Por profª Karoline

[1ª Série] Filosofia: Sócrates

terça-feira, 30 de maio de 2017

Um pouquinho mais sobre a vida e a obra do filósofo Sócrates:

Por Karoline Rodrigues de Melo
 A Morte de Socrates (Jacques-Louis David, 1787)
Sócrates é um dos principais filósofos gregos. Nasceu na cidade de Atenas, no ano de 470 a.C. no chamado período clássico, no auge da democracia ateniense.

Filho do escultor Sofronisco, especialista em entalhar colunas nos templos, e de Fainarete, uma parteira, foi soldado, escultor, senador e na maturidade, filósofo. Alegava que, desde criança, ouvia vozes divinas instigando-o ao ofício da filosofia. Por conta disso, passou a perambular pelas ruas da cidade de Atenas fazendo de uma maneira bem característica a sua filosofia: fazendo perguntas a qualquer um que aceitasse conversar com o objetivo de ajudá-las a descobrir, nelas mesmas, o conhecimento que as conduziria a virtude. Sócrates não se importava com a classe, posição ou condição do seu interlocutor. Conversava com os mais distintos e até mesmo com os escravos. Aliás, as convenções sociais eram por ele muito questionadas.

A pergunta essencial da filosofia socrática era "o que é a essência do homem?". Segundo o filósofo, a essência do ser humano era a sua própria alma - entendida aqui como razão, consciência intelectual e moral, aquilo que distingue o ser humano dos outros seres presentes na natureza.

Sócrates e os filósofos sofistas inauguram uma nova etapa na história da filosofia: eles abandonaram a preocupação dos filósofos pré-socráticos em explicar a natureza e se debruçaram sobre a problemática humana. No entanto, contrário aos sofistas, Sócrates se opunha ao relativismo dos seus valores éticos e morais.

Os sofistas eram filósofos itinerantes, vindos das mais variadas regiões próximas a Atenas, que cobravam pelos seus ensinamentos. Eram uma espécie de retóricos de aluguel que, valendo-se da arte da argumentação, relativizavam o conhecimento, defendendo o que a quem quer que fosse, desde que fossem bem remunerados. Platão, discípulo de Sócrates, os chamava de "impostores", "malabaristas de argumentos".

Sócrates não deixou nenhum escrito. O que se sabe dele e de sua maneira de fazer filosofia estão nos textos militares de Xenofonte, nos textos cômicos de Aristófanes e, principalmente, nos textos filosóficos de Platão, o seu melhor discípulo! Platão o transformou em protagonista em diversos de seus textos, como O Banquete, Apologia de Sócrates, Alcebíades I, Teeteto, Fédon e A República.

Para Sócrates, todos já nascem com o conhecimento e que cabia ao mestre realizar o parto desse conhecimento. Ele entendia que, só o conhecimento que vem da alma é capaz de revelar o verdadeiro discernimento do que é justo, bom e certo. Para ajudar nesse"nascimento", Sócrates se valia de um método dialógico que ele chamou de maiêutica - em grego, μαιευτικη — maieutike — significa “arte de partejar", dar à luz - uma clara referência à atividade de parteira de sua mãe.

Ele dizia que, assim como a sua mãe ajudava a trazer à luz a vida, o filósofo ajuda a trazer à luz a verdade, bastando utilizar a razão. No começo dos diálogos com os seus interlocutores, Sócrates se posicionava como alguém que não soubesse nada sobre o assunto e dava início a conversa com uma pergunta que o respondiam com o seu próprio jeito de pensar. No início, se colocava em uma posição de quem aceitava o ponto de vista do interlocutor, porém, com um senso de humor que desorientava (ironia socrática), ele contra-argumentava e busca convencer o ouvinte das contradições e inconsistências de suas reflexões, levando a admitir o seu equívoco e seu desconhecimento.

As perguntas feitas pelo filósofo são próprias da dialética socrática, isto é, o exercício de contrapor argumentos contrários que, basicamente, possui três elementos: a tese, a antítese e a síntese. A tese é compreendida como uma afirmação, a antítese, uma oposição a essa afirmação e, no confronte entre tese e antítese surge o terceiro elemento, que é a síntese - compreendida como o resultado do raciocínio, a prevalência do intelecto sobre a opinião.

O propósito do método socrático, vinha da crença que o filósofo tinha de que há apenas uma maneira de se conhecer a verdade: conhecendo-se a si mesmo. É famosa a sua frase "conhece-te a ti mesmo", inspirada na inscrição no Oráculo de Delfos, templo sagrado de consulta aos deuses gregos.

Para Sócrates, só quem conhece a si mesmo sabe que não sabe. A grande virtude, segundo ele, é saber que não sabe. Em outras palavras, quanto mais tem a consciência de sua ignorância, mais sábio é o homem. E aqueles que pensam saber e não sabem que não sabem, seriam na sua concepção, os mais tolos dos homens!

No texto Apologia de Sócrates, Sócrates relata que a Pitonisa do Oráculo de Delfos teria afirmado ao historiador Xenofonte que o homem mais sábio de todos era ele. Quando soube do ocorrido, Sócrates foi tomado pelo espanto, uma vez que tinha consciência de sua ignorância. Não convencido da revelação do Oráculo, Sócrates foi procurar por poetas, artífices e políticos, para provar que eles, por seus privilegiados ofícios, eram de fato os homens mais sábios que existiam. No entanto, decepcionado com sua arrogância e soberba, Sócrates confessou finalmente entender o que significava ser sábio para Delfos: ser capaz de perceber seus limites e imperfeições, compreender as ilusões das aparências e a efemeridade das paixões e com a razão controlar-se. Somente assim saberá depurar seu coração e sua alma e agir com justiça e retidão.

As críticas feitas por Sócrates às categorias de cidadãos que se julgavam sábios resultou em ódio e vingança de seus desafetos, que acabou em sua condenação à morte por envenenamento por cicuta. Seus acusadores foram Meleto, representando os poetas, Anitto, pelos artífices e Licon, representando os políticos. Eles acusaram Sócrates de dois crimes: corromper os jovens de suas ideias subversivas e negar a existência dos deuses de Atenas.

Recusando-se de abrir mão de suas ideias, que poderia salvá-lo da morte, Sócrates enfrentou a morte aos 71 anos de idade com um ato de coerência e dignidade. No dia de sua execução, narrado na Apologia de Sócrates, o mestre reuniu os amigos e discípulos e, antes de beber o cálice fatal despediu-se dizendo: "Se de fato é como um sono, a morte seria um maravilhoso presente, porquanto todo o tempo se resume a uma única noite. Se, ao contrário, a morte é uma passagem deste para um outro lugar, e que lá se encontram todos os mortos, qual o bem que poderia existir, oh juízes, maior do que este? Mas já é hora de irmos. Eu, para a morte, e vós para viverdes. Quem vai para a melhor sorte, isso é segredo. Exceto para deus."



[1ª Série] Sociologia: O Suicídio para Émile Durkheim

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Caros alunos, boa tarde!


Nesta postagem trago para vocês uma breve explicação sobre um dos assuntos da Sociologia do pensador francês Émile Durkheim.

Como já vimos em sala de aula, Durkheim pretendia fazer da Sociologia uma ciência tão objetiva quanto a matemática, a física ou a biologia. Segundo ele, para a compreensão da sociedade, é necessário enxergá-la com objetividade. E o objeto de estudo de sua teoria é o que ele definiu como FATOS SOCIAIS.

Fatos sociais, na sociologia Durkheimiana é toda maneira de pensar, agir ou de se comportar que tem valor de regra dentro de uma sociedade e dotado de um poder coercitivo. Exemplo: os valores morais, as leis, os costumes são fatos sociais. 

As características e a importância dos fatos sociais como objeto de estudo da sociologia nós já discutimos em sala. Neste momento, trago para vocês mais algumas linhas a respeito de um tema que está sendo debatido na mídia e nas redes sociais, mas com um olhar sociológico de uma autoridade no assunto que é conteúdo neste bimestre: a visão sobre o suicídio para Durkheim.


O Suicídio como uma questão social para Durkheim

Para o senso comum, o suicídio é tido como uma atitude completamente pessoal, íntima e que parece não ter uma explicação convincente para tal atitude. Durkheim vem mostrar, então, que a sua prática não tem a ver somente com o indivíduo, mas sim com uma série de variáveis sociais. Estas variáveis sociais influenciam e repercutem no indivíduo, favorecendo que ele pense em tirar sua própria vida. Porém, o modo como esses fatores refletem depende muito do modelo de sociedade que se considera. 

A obra O Suicídio foi um dos pilares no campo da sociologia. Escrito e publicado em 1897, foi um estudo de caso sobre o assunto, publicação única em sua época, que trouxe um exemplo de como uma monografia sociológica deveria ser escrita. O suicídio é, para Durkheim, “todo o caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado”. Conforme o sociólogo, cada sociedade está predisposta a fornecer um contingente determinado de mortes voluntárias, e o que interessa à sociologia sobre o suicídio é a análise de todo o processo social, dos fatores sociais que agem não sobre os indivíduos isolados, mas sobre o grupo, sobre o conjunto da sociedade. Cada sociedade possui, a cada momento da sua história, uma atitude definida em relação ao suicídio. 

Segundo este pensador, a variável que determina a opção pela abreviação deliberada da existência é a força ou a fragilidade dos laços sociais. E, portanto, o suicídio será tanto mais provável quanto mais frágeis forem os laços sociais dos indivíduos entristecidos. Organização social, natureza dos indivíduos que a compõem e acontecimentos que perturbam a harmonia do funcionamento coletivo são fatores que influenciam gritantemente nas taxas de suicídio de uma sociedade. Como cada uma possui suas peculiaridades, os fatores sociais vão agir de modo distinto. Assim, diferentes sociedades vão ter diferentes taxas de suicídio. Elas se manterão constantes e uma alteração só ocorreria caso houvesse uma mudança muito brusca na organização do corpo social. 

Há três tipos de suicídio, segundo a etimologia de Émile Durkheim, e cada tipo apresentado por ele se manifestará nas sociedades dependendo da coesão social (o que mantém a sociedade unida).
SUICÍDIO EGOÍSTA: característico de sociedades com baixa coesão social. É aquele em que o ego individual se afirma exageradamente face ao ego social, ou seja, há uma individualização enorme. As relações entre os indivíduos e a sociedade se afrouxam fazendo com que o indivíduo não veja mais sentido na vida, não tenha mais razão para viver. Em outras palavras, há um desamparo social grande, causando uma melancolia imensa, uma tristeza profunda, pois os valores sociais e a ideia de coletivo já não parecem fazer sentido, nem serem importante. Tendo a ideia do coletivo enfraquecida, a valorização individual é mais presente. A pessoa tende a ser individualista e egoísta, passa a dar importância em realizar os seus desejos (primazia do ter sobre o ser) e a sustentar aparências. No entanto, quando ele percebe que a vida dele está resumida nas coisas pequenas, não consegue conquistar os seus objetivos fúteis e que não há um sentido maior perdendo, portanto, a vontade de viver.

SUICÍDIO ANÔMICO: característico de sociedades com baixa coesão sócia, é aquele que ocorre em uma situação de anomia social, ou seja, quando há ausência de regras na sociedade, gerando o caos, fazendo com que a normalidade social não seja mantida. Em outras palavras, quando “o negócio está bagunçado”, onde as instituições sociais como a família, a escola, a igreja e o próprio Estado já não cumprem mais o seu papel social, pois estão desmoronando. As instituições sociais perdem o respeito das pessoas. Suas normas sociais, que deveriam manter unida a sociedade, não funcionam mais.  Em uma situação de crise econômica, por exemplo, na qual há uma completa desregulação das regras normais da sociedade, certos indivíduos ficam em uma situação inferior a que ocupavam anteriormente. Assim, há uma perda brusca de riquezas e poder, fazendo com que, por isso mesmo, os índices desse tipo de suicídio aumentem.
SUICÍDIO ALTRUÍSTA: é o tipo de suicídio característicos de sociedades com grande coesão social. O suicídio altruísta é aquele no qual o indivíduo sente-se no dever de fazê-lo para se desembaraçar de uma vida insuportável. É aquele em que o ego não o pertence, confunde-se com outra coisa que se situa fora de si mesmo, isto é, em um dos grupos a que o indivíduo pertence. O suicida altruísta enxerga a sociedade da qual ele pertence ou a sua causa mais importante que ele próprio, que a sua própria vida. 

Exemplos históricos de suicídios altruístas:
Os 300: Em Thermopylae, Leônidas, rei da cidade grega de Esparta, lidera seus guerreiros em desvantagem contra o massivo exército persa. Mesmo sabendo que a morte certa os espera, seus sacrifícios inspiram toda a Grécia a unir-se contra o seu inimigo comum. Os seus guerreiros sabiam que iriam morrer, mas a causa de defender Esparta, a sua sociedade, para eles era muito mais importante que a própria vida. 

Os Kamikazes: pilotos de aviões japoneses carregados de explosivos cuja missão era realizar ataques suicidas contra navios dos Aliados nos momentos finais da campanha do Pacífico na Segunda Guerra Mundial. 

Os muçulmanos que colidiram com o World Trade Center em Nova Iorque, em 2001 também foram suicidas altruístas, assim como soldados de guerras civis, mundiais, outras pessoas que lutaram pela independência de seus países, etc. 

Por Karoline Rodrigues de Melo

[TODOS] Filosofia: Escola de Atenas - Afresco de Rafael

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A Escola de Atenas (Scuola di Atene no original) é uma das mais famosas pinturas do renascentista italiano Rafael e representa a Academia de Atenas. Foi pintada entre 1509 e 1511 na Stanza della Segnatura sob encomenda do Vaticano. A pintura já foi descrita como "a obra-prima de Rafael e a personificação perfeita do espírito clássico da Renascença."
A importância da obra também está em demonstrar como a filosofia e a vida intelectual da Grécia Antiga foram vistas ao final do Renascimento.
Escola de Atenas
Afresco de Rafael (Raffaelo Sanzio, 1483/1520).
Datação: 1511.
Roma, Stanza della Segnatura, Palácio do Vaticano.
Licença: Domínio público 


1: Zenão de Cítio ou Zenão de Eleia 
2: Epicuro 3: desconhecido (acredita-se ser o próprio Rafael) 
4: Anicius Manlius Severinus Boethius ou Anaximandro ou Empédocles 
5: Averroes 
6: Pitágoras 
7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande 
8: Antístenes ou Xenofonte 
9: Rafael, Hipátia ou Monalisa, Fornarina como uma personificação do Amor ou ainda Francesco Maria della Rovere 
10: Ésquines ou Xenofonte 
11: Parménides 
12: Sócrates 
13: Heráclito ou Miguelângelo. 
14: Platão segurando o Timeu (Leonardo da Vinci). 
15: Aristóteles segurando Ética a Nicômaco 
16: Diógenes de Sínope 
17: Plotino 
18: Euclides ou Arquimedes acompanhado de estudantes (Bramante) 
19: Estrabão ou Zoroastro (Baldassare Castiglione ou Pietro Bembo). 
20: Ptolomeu R: Apeles (Rafael). 
21: Protogenes (Il Sodoma ou Pietro Perugino).