Profª de Filosofia e Sociologia da Rede Estadual de Goiás desde 2010.
"Quem educa com carinho e seriedade, educa para sempre".
Comece onde você está. Use o que você tem. Faça o que puder.
 

[3ª Série] Filosofia: Estética

quinta-feira, 24 de outubro de 2013



A Estética

          A estética é um ramo da filosofia que se ocupa das questões tradicionalmente ligadas à arte, como o belo, o feio, o gosto, os estilos e as teorias da criação e da percepção artísticas.

       A palavra estética vem do grego aisthesis e significa "faculdade de sentir", "compreensão pelos sentidos", "percepção totalizante". Assim, a obra de arte, oferece-se aos nossos sentidos, interpreta de forma simbólica o mundo, transforma o vivido em objeto de conhecimento, proporciona a compreensão pelos sentidos, toma-se em objeto estético por excelência.

 

O belo.

Será que podemos definir claramente o que é a beleza, ou será que esse é um conceito relativo, que vai depender da época, do país, da pessoa, enfim? Em outros termos, a beleza é um valor objetivo, que pertence ao objeto e pode ser medido, ou subjetivo, que pertence ao sujeito e que, portanto, poderá mudar de indivíduo para indivíduo?

Platão e boa parte dos filósofos da Antiguidade Clássica defende a existência do "belo em si", de uma essência ideal, objetiva, independente das obras individuais, para as quais serve de modelo e de critério de julgamento. Existiria, então, um ideal universal de beleza que seria o padrão a ser seguido. As qualidades que tornam um objeto belo estão no próprio objeto e independem do sujeito que as percebe.

Já David Hume (séc. XVIII) relativiza a beleza, reduzindo-a ao gosto de cada um. Aquilo que depende do gosto e da opinião pessoal não pode ser discutido racionalmente, donde o ditado: "Gosto não se discute". O belo, dentro dessa perspectiva, não está mais no objeto, mas nas condições de recepção do sujeito.

[1ª Série] Sociologia: Texto Max Weber

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Texto para as aulas de Sociologia do 1º ano neste 4º Bimestre:

https://docs.google.com/file/d/0B82FmkidMQtPLWhjZW9Ccl9iUVk/edit?usp=sharing

[2ª Série]: Filosofia: Esquemas do Slide sobre Aristóteles.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Conceitos de Ética:

• A palavra ética vem do grego Ethikós, que significa “modo de ser”.
• Trata o comportamento humano pelo seu valor moral, a natureza do bem e do justo.
• É também chamada de filosofia moral, por tratar dos valores em sociedade, isto é, do comportamento humano pelo seu valor moral.
• Tem por objetivo elaborar uma reflexão sobre os problemas fundamentais da moral, mas fundada num estudo do conjunto das regras de conduta consideradas como universalmente válidas.
• Está mais preocupada em detectar os princípios de uma vida conforme a sabedoria filosófica, em elaborar uma reflexão sobre as razões de se desejar a justiça e a harmonia e sobre os meios de alcançá-las.

Aristóteles
• Filósofo nascido na Macedônia em 384 a.C.
• Foi discípulo de Platão.
• Autor da Ética á Nicômaco; Ética à Eudemo e Grande Ética.
• Ética à Nicômaco é considerado um escrito de Aristóteles maduro, com o seu sistema filosófico próprio e definitivo.
• Foi escrito entre 335 a.C. a 323 a.C.
• A Ética, nas obras aristotélicas, é considerada como uma parte ou um capítulo da política, que antecede a própria política.
• Diz respeito ao indivíduo, enquanto a política considera o homem na sua dimensão social.
• A sua teoria ética objetiva estabelecer o bem tanto ao indivíduo quanto à sociedade num todo.
• O comportamento ético é o que se considera prudente.
“(...) os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de lira tangendo seus instrumentos. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando atos justos”. – Aristóteles
• A Ética serve como condução do ser humano à felicidade.
• Acredita que o exagero é motivador para criação de conflitos com outros indivíduos ou com a sociedade.

A ética do equilíbrio de Aristóteles
• Reflexão ética racionalista.
• Perguntou-se sobre o fim último do ser humano: A FELICIDADE.
• Felicidade maior para Aristóteles se encontra na vida teórica, que promove o que há de mais especificamente humano: a razão.
• Agir corretamente seria praticar as virtudes.

VIRTUDE:
“A virtude moral é um meio-termo entre dois vícios, um dos quais envolve o excesso e outro deficiência, e isso porque a sua natureza é visar à mediania nas paixões e nos atos”.
• Aristóteles procura uma ética do meio-termo, onde a virtude consistiria em procurar o ponto de equilíbrio entre o excesso e a deficiência.
• Aristóteles afirma a necessidade da responsabilidade para uma ação ser considerada como moralmente válida.
• O indivíduo só é RESPONSÁVEL moralmente por uma ação quando ele tem CONSCIÊNCIA quando é LIVRE.
Ex. 1: Uma criança de 4 ou 5 anos que ao brincar com um fósforo coloca fogo acidentalmente na casa não pode ser responsabilizada pela sua ação, pois não teve consciência do perigo ao brincar com o fogo.
Ex. 2: Uma pessoa é obrigada a cometer um roubo sob a ameaça de morte. Ela também não poderá ser responsabilizada pelo seu ato, uma vez que, apesar de ter CONSCIÊNCIA MORAL de seu ato, ela não o fez de forma LIVRE. Não teve escolha. Ela foi coagida a fazer COAÇÃO EXTERNA.
Ex. 3: Um adulto que sofre de problemas mentais, durante um surto psicótico comete um assassinato. Ele não poderá ser responsabilizado pelo crime que cometeu pois, não pode escolher agir daquela maneira.
Patologias mentais ou neurológicas que impedem o sujeito de discernir entre o certo e o errado são chamadas, em relação ao agir moral, de COAÇÃO INTERNA.
• Não há moralidade em uma ação irresponsável, ou naquela em que o sujeito não agiu com pleno conhecimento. CONSCIÊNCIA – LIBERDADE – RESPONSABILIDADE - JULGAMENTO MORAL
• FUNÇÃO DA ÉTICA ARISTOTÉLICA: buscar compreender o caminho para que o homem alcance a FELICIDADE.
• FELICIDADE: está ligada intrinsecamente à ética. “Ética eudaimônica”.
• A Felicidade consiste na realização humana e o sucesso daquilo que o homem pretende obter ou fazer e assim ele o faz no seu mais alto grau em excelência, buscando desenvolver as virtudes.


A Ética do MEIO-TERMO: Nem a falta, nem o excesso.
• Caracteriza-se como conduta ética a partir do momento em que a pessoa conhece a si mesmo e assim ela possui um equilíbrio sobre si, o que é muito difícil de conseguir.
• A ação ética é caracterizada pelo EQUILÍBRIO e deve ser evitada qualquer ação extremada.
• Feliz é aquele que vive as virtudes dentro da “polis”.
• É aquele que vive uma vida intelectual, sendo capaz de dirigir bem a vida, deliberando de modo correto o que é bem ou mal para si.
• Há uma medida para todas as ações humanas, que é o justo-meio, o meio termo.
• As virtudes intelectuais são as melhores, porque a melhor parte do homem é aquela que concebe um princípio racional.
• Virtudes intelectuais: aquelas que nascem e progridem graças aos resultados da aprendizagem, isto é, da educação. Leva tempo e demanda experiência.
• Virtudes morais: são adquiridas pelo hábito.
• Somente aquele que pratica atos voluntários age justamente, pois o homem virtuoso deve agir por escolha e de modo voluntário. Ex.: uma pessoa que age de forma correta, não por vontade, mas por obrigação, não comete uma ação justa.
• Segundo Aristóteles, desejamos sempre aquilo que está ao nosso alcance. Somos responsáveis por praticar tanto os atos nobres como os atos vis. Do mesmo modo seremos responsáveis pelos atos virtuosos ou viciosos.
• A virtude moral é um meio termo entre dois vícios que envolvem excesso e a deficiência.
• A escolha está ligada à virtude. Assim, podemos escolher o que iremos nos tornar. E para que nos tornemos bons devemos desde o início praticar o bem.
• Do mesmo modo quando decidimos mal, tal ato será mau, pois o que dirige a escolha é o caráter individual do sujeito que põe em prática tal ato que pode ser bom ou mau. Dessa forma, segundo Aristóteles, demonstramos nosso caráter.

Mais sobre Aristóteles: livro didático, página 298.

[2ª Série] Sociologia: Pensando sobre os conceitos de sexo, sexualidade e gênero.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Pensando sobre os conceitos de sexo, sexualidade e gênero.

•    O termo “sexualidade” nos remete a um universo onde tudo é relativo, pessoal e muitas vezes paradoxal. Pode-se dizer que é traço mais íntimo do ser humano e como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo de acordo com a realidade e as experiências vivenciadas pelo mesmo.
•    Muitas vezes se confunde o conceito de sexualidade com o do sexo propriamente dito. É importante salientar que um não necessariamente precisa vir acompanhado do outro. Cabe a cada um decidir qual o momento propício para que esta sexualidade se manifeste de forma física e seja compartilhada com outro indivíduo através do sexo, que é apenas uma das suas formas de se chegar à satisfação desejada.
•    Sociologicamente é crucial elaborar uma distinção entre os conceitos de gênero e de sexo. Para o senso comum, aparentemente quererem dizer o mesmo. Entretanto, sociologicamente se uma diferença substancial entre ambos.
•    O sentimento de um sociólogo face à ideia de que estes termos quererem dizer o mesmo pode ser facilmente equiparado à de um pintor cujas obras abstracionistas são confundidas com as naturalistas. Façamos uma comparação antes de definirmos os termos. O naturalismo corresponde ao conceito de sexo, enquanto o conceito de gênero de liga com o abstracionismo. E porquê? Porque enquanto o naturalismo "pinta" cenas concretas do visível, da realidade vista a olhos nus, o abstracionismo corresponde a pinturas como a Guernica de Pablo Picasso: a pintura dos sentimentos do artista num dado momento, num dado local. O mesmo se passa com o sexo e o gênero. Enquanto sexo se pode facilmente definir pelas diferenças anatômicas e fisiológicas que definem o corpo masculino e o feminino, por gênero entendem-se as diferenças psicológicas, sociais e culturais entre os indivíduos do sexo masculino e do sexo feminino. Assim sendo, o gênero é uma noção socialmente construída de masculinidade e feminilidade, não o produto único do sexo biológico de um indivíduo. Muitas das diferenças existentes entre homens e mulheres são de origem social e não biológica.
•    Desde muito cedo, são transmitidos padrões de comportamento diferenciados para homens e mulhe-res. O conceito de gênero diz respeito ao conjunto das representações sociais e culturais construídas a partir da diferença biológica dos sexos. Enquanto o sexo diz respeito ao atributo anatômico, no conceito de gênero toma-se o desenvolvimento das noções de “masculino” e “feminino” como construção social. O uso desse conceito permite abandonar a explicação da natureza como a responsável pela grande diferença existente entre os comportamentos e lugares ocupados por homens e mulheres na sociedade.
•    Muitas sociedades possuem apenas dois papéis de gênero -- masculino ou feminino -- e estes correspondem ao sexo biológico. Entretanto, algumas sociedades explicitamente incorporam pessoas que adotam o papel de gênero oposto ao sexo biológico, por exemplo, em algumas sociedades indígenas norte-americanas. Outras sociedades incluem papéis bem desenvolvidos que são explicitamente considerados distintos dos arquétipos (modelos) masculinos e femininos.
•    Joan Roughgarden, uma renomada bióloga estadunidense, argumenta que em algumas espécies animais não-humanas, ocorre a existência de mais de dois gêneros, de forma que pode haver múltiplas formas de comportamento disponíveis para organismos de um determinado sexo biológico.
•    Considerando as dinâmicas sociais como as apresentadas acima debate-se quais das diferenças entre gêneros masculinos e femininos são aprendidas socialmente, ou refletidas biologicamente. Construcionistas sociais argumentam que os papéis de gênero são inteiramente arbitrários, e que a biologia não interfere nos comportamentos sociais.
•    A sociologia contemporânea refere-se aos papéis de gênero masculino e feminino como masculinidades e feminilidades, respectivamente no plural ao invés do singular, enfatizando a diversidade tanto dentro das culturas como entre as mesmas.
•    A filósofa e feminista Simone de Beauvoir aplicou o existencialismo para a experiência de vida da mulher: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”.4 No contexto é um testamento filosófico, entretanto é verdade biologicamente – uma garota precisa passar pela puberdade para se tornar uma mulher – verdade sociológica – a maturidade em relação ao contexto social é aprendida, não instintiva – e verdade nos estudos de gênero – a feminilidade como uma aprendizagem social e cultural.
•    Nos estudos de gênero, o termo gênero é usado para se referir às construções sociais e culturais de masculinidades e feminilidades. Neste contexto, gênero explicitamente exclui referências para as diferenças biológicas e foca nas diferenças culturais. Isto emergiu de diferentes áreas: da sociologia nos anos 50; das teorias do psicoanalista Jacques Lacan; e no trabalho de feministas como Judith Butler.
•    Na sociedade, identidade de gênero se refere ao gênero em que a pessoa se identifica (i.e, se ela se identifica como sendo um homem, uma mulher ou se ela vê a si como fora do convencional).